16 fevereiro 2016

Dar mais do que se recebe, uma relação desigual


A capacidade de considerar o outro como importante é fundamental, afinal não há relação que se estabeleça sem que participem pelos menos duas pessoas. Essa consideração envolve tanto a capacidade de doar-se em benefício do próximo, quanto de fazer escolhas considerando também a opinião ou o impacto que estas escolhas terão nas pessoas que estão a nossa volta.

Um certo desequilíbrio pode ocorrer quando se faz escolhas apenas para agradar ao outro da relação, não considerando o nosso próprio bem-estar. O ato de fazer pelo outro pode sugerir altruísmo, mas na maioria das situações está apenas mascarando o desejo que todo ser humano tem de ser aceito e amado.

Quando alguém diz que faz "tudo pelo outro", mas que recebe pouco ou nada em troca, estabelece-se um parâmetro perigoso para as relações, como se a dedicação fosse uma moeda de troca, que pudesse ser mensurada e cobrada. Ou seja, se eu me dedico 100% a uma relação, não posso aceitar que o outro esteja "só" 99% dedicado. Parâmetros como estes tornam as relações pesadas, recheadas de desentendimentos e cobranças constantes de ambos os lados.

Afetos são incondicionais. Quanto mais oferecemos ao mundo, mais afeto tende a voltar pra gente, nas mais variadas formas. Oferecer é um gesto de generosidade, desde que envolva os sentimentos de bem-estar e de equilíbrio pessoal, sem acarretar prejuízo pra si ou para o outro.

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